Não, Salvador aí do título acima não é a capital da Bahia. Mas sim o cantor francês Henri Salvador, recém falecido em Paris. Aliás, para ser mais preciso, a homenagem que o Rio acaba de lhe prestar não foi nem da Prefeitura, nem do Estado. E sim do Consulado da França no Rio. Em comum acordo com o Instituto Cultural Cravo Albin, o atentíssimo cônsul geral Hugues Goisbault descerrou na última sexta-feira placa comemorativa da derradeira visita do célebre cantor em 2006 às ruínas do Cassino da Urca. O evento, ao qual afluíram correspondentes internacionais e figuras de proa da comunidade francesa, contou ainda com os Cantores do Chuveiro Laura Sandroni e Fernando Rocha, que entoaram, em manhã ensolarada, clássicos criados por Salvador, aliás em impecável francês.
Ocorreu que o cantor, aliás nascido na Guiana Francesa, havia sido recepcionado e filmado (pela TV francesa) na sede histórica do Instituto, que fica bem em frente do antigo Cassino. Pois foi justo ali que ele encantou o Rio entre 1943 e 1944, acompanhado pela Orquestra de Ray Ventura e pelo pianista Georges Henri. Com quem, vale registrar, se encontrou no Instituto em comovente abraço cheio de lágrimas e memórias, testemunhado pela equipe do Channel 5 de France.
Henri Salvador aos 80 anos (e ainda saltitante) voltou ao sucesso em Paris cantando apenas a bossa-nova. Morto aos 90, o célebre cantor ajudou a estabelecer mais um dos muitos laços de afeto que sempre floresceram entre as culturas francesa e brasileira. Aliás, nunca será demais lembrar que 2009 será o ano da França no Brasil.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
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