Os prêmios destinados ao teatro já tiveram uma época áurea. Quem não se lembra do Moliére, ou do Shell para teatro? Ou mesmo do Golfinho de Ouro e do Estácio de Sá, esses últimos do Museu da Imagem e do Som, encampados desde sempre pelo governo do Rio?
Pois todos eles, de saudosíssima memória, nunca deveriam ter sido extintos. Antes, multiplicados. Afinal, o teatro é a arte que mais fielmente pode expressar a vida, a paixão, a música, os encontros, a miséria ou a grandeza humana.
Pois bem, acaba de ser lançado – por uma instituição particular de ensino – mais um novo prêmio para o teatro do Rio. Trata-se do Prêmio Cesgranrio para Teatro, dividido em doze categorias clássicas, que vão de melhor espetáculo aos melhores atores e atrizes. O simples fato de ser criado por uma organização de ensino aumenta a autoridade moral e factual. Afinal, caberia ao Estado estimular esse tipo de animação cultural para um setor cada vez mais sacrificado e que enfrenta várias etapas de (cruel, por vezes) adversidade.
Fazer-se teatro no Rio é hoje, pelo menos, complicado, isso para se empregar termo ameno, até amável. Até porque um espetáculo para ser montado exige quase sempre, pelo menos, um patrocinador.
O Prêmio Cesgranrio – Teatro, lançado agora, ao final de 2012, representa, a meu ver, um presente de natal para a classe teatral. Para que vocês tenham uma idéia mais clara: cada categoria das doze relacionadas será contemplada com R$ 25.000,00. Ou seja, num total de R$ 300.000,00 o teatro será aquinhoado com estímulos, com acarinhamento público, com possibilidade de ter mais divulgação e consagração, além, por certo, de se injetar importância considerável – mais de um quarto de milhão de reais – na combalida economia dos que produzem a grande arte.
O Prêmio Cesgranrio – Teatro 2013 contempla ainda – e com o vigor de muitas categorias (são três indicações) – o esquecido teatro musical brasileiro. Como bem disse o professor e Presidente da CESGRANRIO Carlos Alberto Serpa na noite de lançamento do prêmio há poucos dias, o teatro musical é, afinal, a raiz mais bem acabada de toda música popular deste país mestiço. Que é tão hábil e competente na arte do canto, da dança. Da alegria, enfim.
Ricardo Cravo Albin
Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin