Poetinha, o Vinicius de Moraes? Qual o que, Vinicius foi, é e sempre será um poetaço, um maior, um iluminado.
O apelido só era permissível aos que lhe foram íntimos, além desse diminutivo ser um carinho dos que lhe queriam bem.
Neste 2013, o país começa a celebrar o centenário de quem era vários num só. Pois Vinicius foi poeta desde sempre, diplomata de carreira até 1968, letrista de excelência, fundador da Bossa Nova e pai dos filhos dela.
Explico: diplomata de profissão, foi cassado pela brutalidade do AI-5 em 1968. Só em 2010, depois de intensa campanha pública que nós, seus amigos, urdimos junto ao Itamaraty, Vinicius foi promovido a Embaixador, o Embaixador do Brasil mais legítimo e verdadeiro.
Como letrista, ao encontrar Tom Jobim em 1956, fez-se pai da Bossa Nova, que eclodiria em 1958, com ele como seu poeta, Tom seu melodista e João Gilberto seu cantor. Foi também pai dos filhos da Bossa Nova, como Carlos Lyra, Baden Powell, Edu Lobo, Francis Hime, só para citar alguns.
O fato é que Vinicius seria o mais significativo letrista da MPB desde Noel Rosa ou Orestes Barbosa.
Celebrando-lhe agora o centenário de nascimento, todos já nos mobilizamos em exposições, shows, conferências. Ainda há dias foi aberta na Urca uma mostra de poemas e documentos, destinada às escolas públicas do município do Rio.
Somando-se a esses esforços, seus muitíssimos amigos nos esmeramos em servir e divulgar sua obra. A ponto de suas filhas queridas, Georgiana e Maria, saírem também pelas escolas privadas e pelo Brasil a falar do ilustre pai.
Quando outubro vier, o país deverá se curvar à grandeza de seu poeta. E – como ele fez no Samba da Benção (com Baden) – todo o Brasil exclamará num grito, ou num sussurro: “Abenção, Vinicius de Moraes, o branco mais preto do Brasil, na linha de Xangô, saravá!”