Quem me acompanha ou leu meus livros sabe o quanto me debato pelo Rio. Que já melhora como cidade, quero logo reconhecer, à partir da perspectiva dos eventos monumentais que estão por chegar até 2016, culminando com as Olimpíadas.
Mas uma dose de reflexão, como a expressa pela bem sacada e velha
verdade por Winston Churchill “é necessário pensar, pensar e pensar e só depois executar”, deveria ficar sempre à mão, à algibeira.
Refiro-me à bobagem que é insistir em ocupar as praias, em especial Copacabana (a mais estrangulada dentre todas), para grandes eventos. No último show do querido Roberto Carlos (que deveria ir para o Riocentro, local apropriado) deu no que deu; graves problemas no trânsito e a perda (de essência) do direito de ir e vir. A tal ponto que um juiz impetrou hábeas corpus para chegar a sua própria casa.
Esse tipo de disparate, de contrassenso e de uso despudorado pela autoridade pública das areias – que deveriam ser só dos banhistas- eu o combato desde 1992, quando César Maia começou os mega reveillon na Avenida Atlântica afugentando tanto o doce mar de velas na areia quanto o batuque estimulante dos candomblés.Delícia dos turistas de então…
De uns anos pra cá, felizmente, já temos a diversidade de ao menos uma meia dúzia de outras celebrações da Prefeitura espalhadas pela cidade toda.
Mas insisto: porque, meu caro Eduardo Paes, não pedir a seus órgãos de Turismo plano para espraiar uma super festa na Baía de Guanabara ? Por todos os títulos, inclusive os históricos, é ali o local ideal, o mais racional. E sem maiores incômodos para a maioria dos moradores da nossa cidade de São Sebastião.
Ricardo Cravo Albin Jornalista e escritor www.dicionariompb.com.br