O MITO MARLENE – 100 ANOS
Há cantoras que não precisam provar nada. São o que são. É o caso de Marlene, cuja participação histórica na MPB é tão grande e tão importante que deve necessariamente isentá-la de modismos, da necessidade de conquistar públicos bizarros.
E por quê? Porque tudo o que essa paulista irrequieta conseguiu juntar ao longo de uma estrada de mais de 80 anos de muita música e muita beleza fez dela um ícone, um mito. Uma certeza que não precisa provar mais nada para demonstrar talentos tardios ou brilharecos fugazes. Tal como eu nos sete shows que escrevi e dirigi para ela, em seus sucessos reverenciados e adorados por multidões.
Marlene é Marlene. E ponto final. De preferência cantando músicas que não são nem velhas nem novas, porque eternas. De preferência reconfirmando sua carreira tão rica, que singra e marca com labaredas uma memória eterna deste país.
País, aliás, sempre tão carente de reavivar sua memória verdadeira para melhor – e mais solidamente – alcançar-se à aventura do futuro.
Um país felizmente de música popular ainda mulata, descontraída e espontânea, aliás, também, as nossas melhores armas de nação e de povo.
Confira o verbete da Marlene no Dicionário Cravo Albin:
Marlene
Ricardo Cravo Albin
22/11/2022