De há muito, estou para me referir ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, também reconhecido por uma sigla simpática de quatro letrinhas, IHGB. Mas só agora comecei a freqüentá-lo, a partir das posses do Embaixador Marcílio Marques Moreira e do arquiteto Marcos Monteiro, este até pouco tempo presidente do INEPAC, o órgão estadual que cuida da defesa do patrimônio artístico do Rio. Declaro logo que me tomei de encantos pelo bom convívio e pelo altíssimo nível com que é conduzido por Arno Wehling, historiador e mestre universitário de primeira linha.
Hoje, reconheço, o nome “instituto” anda gasto, até pelo uso indiscriminado. Mas chamo a atenção que, fundado em 1838, o nosso IHGB era freqüentado pelo imperador em pessoa. Que fazia questão não só de lá ilustrar-se com seus pares, senão também de colaborar com a Biblioteca, referência nacional desde sempre. Portanto, o Instituto é o pai verdadeiro desse exército de institutos que gravita por aí, boa parte muito qualificada, outros, eu diria a metade, nem tanto. Por isso, foi entre encantado e curioso que lá cheguei pelas mãos de Vitorino Chermont e Ester Bertolletti. Solidamente instalado em prédio na entrada da Lapa e faceando os magníficos jardins da Rua do Passeio, o IHGB presta serviços inestimáveis ao país, a partir de palestras, conferência e seminários sobre fragmentos – os mais diversificados e criativos – da história do Brasil como nação. Lá tudo se aprende e se discute, confirmando uma verdade que não me sai da cabeça depois de adentrá-lo: é a universidade sem fronteiras da sabedoria. Porque lá se apreendem, de verdade, as questões históricas mais profundas que podem ajudar este país a ser melhor . E sem as muletas dos arranjos falsos e apressados.
Ricardo Cravo Albin