O ICCA registra que a morte de Vanja Orico calou fundo no Instituto e nas pessoas que sempre viram nela uma das mais honradas e corajosas cantoras do Brasil. Alem da importância essencial de sua atuação preciosa por dentro do cancioneiro, sempre pesquisando o folclore do Brasil e sempre tendo a coragem de nunca aderir ao comercial, Vanja foi a primeira a doar ao ICCA objetos pessoais tal como o chapéu de cangaceiro por ela empunhado no clássico filme de Lima Barreto, O Cangaceiro. Vanja – que mereceu poema de Villa lobos, seu declarado admirador – também foi a primeira cantora do Brasil a ter farto reconhecimento na Europa, a partir dos anos 50, sendo aclamada em Paris – onde mantinha residência sempre – como “A Voz do Brasil”.
Cantora e Atriz e cineasta, Vanja Orico, conhecida como “musa do Ciclo do Cangaço”, morreu na quarta-feira (29/01), aos seus 85 anos. Ela era filha de Oswaldo Orico, acadêmico e grande escritor, que ingressou na Academia Brasileira de Letras aos 36 anos de idade.
Vanja Orico foi descoberta pelos cineastas Alberto Lattuada e Federico Fellini no ano de 1952, quando atuava em Roma no show chamado Macumba. Atuou em diversos filmes nacionais e estrangeiros, cantou o tema folclórico “Meu limão, meu limoeiro”, “Lampião, O rei do cangaço” – de Carlos Coimbra e em 1957, Heitor Villa-Lobos, de Paris, escreveu sobre ela: “Os cinco rivais da moreninha, bem brasileira, Vanja Orico: o canário – que aprende com os mestres; o coleiro – que canta nas alvoradas; a araponga – que imita os ferreiros do sertão; o sabiá – que sonoriza as florestas do Brasil e o tico-tico – que espalha fubá…”
Outro grande brasileiro, Jorge Amado, também escreveu sobre ela: “Vanja Orico, cantora, artista, cineasta, atuante figura cultural brasileira, presença que se impõe à admiração de todos que amam a arte, a literatura e a democracia.”.
Assista agora algumas músicas na voz de Vanja Orico:
https://www.youtube.com/watch?v=c674WT3PdaQ
Saiba mais sobre Vanja Orico!