Para quem respeita a cultura popular do Rio, para quem é capaz de projetar um olhar fraterno para seus personagens, a figura de Mano Décio da Viola é emblemática. E sedutora.
Mano Décio, da Viola e do Império Serrano, está sendo celebrado neste segundo semestre de 2009 pelo seu centenário de nascimento.
Amparado pelo sempre indispensável ABI – nossa intimorata Associação Brasileira de Imprensa e pelo Instituto Cultural Cravo Albin – que cuida de preservar as memórias que valem a pena – o estivador Décio Antônio Carlos é alvo de seguidas homenagens. Que começaram com animadíssimo debate no auditório da ABI, seguido do show de Roberto Silva. E que teve imediata sequência na escola pública de Jacarepaguá que lhe porta o nome. Aliás, a palavra “mano” é exato sinônimo de bamba ou companheiro, no linguajar do samba primacial dos anos 20/30. E o codinome “da Viola” lhe foi agregado pelos motivos óbvios, porque o “mano” sempre foi um consumado compositor de música popular desde os anos 30.
Sua prole – e ai está o filho Jorginho do Império que não me deixa mentir – espraia-se pelo glorioso Império Serrano desde os tempos de sua fundação, há exatos 60 anos.
Agora mesmo – há poucos dias – a ABI acertou com o Reitor da UFRJ o prosseguimento das honrarias ao nosso sambista. A que não faltarão festivais de música, concursos e até a edição de CDS rememorativos. Mano Décio é cem anos. E nota cem em MPB.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
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