Um “frisson” de festivais de cinema sacode a cidade.
Enquanto começa o
Festival do Rio, termina um dos mais originais, criativos e estimulantes: o criado pelo Arquivo Nacional, tão somente para celebrar os filmes documentários temáticos.
Aliás, o Arquivo – agora instalado, e magnificamente – no velho palácio que já foi a Casa da Moeda vem cumprindo uma extensa ação cultural.
Pois não é que o seu Festival de Cinema – o de documentários temáticos – acabou por ganhar os corações e os olhos dos que amam a Sétima Arte? O tema deste ano – que acaba de se encerrar no fim de semana – foi o era do rádio, sua sedução, sua importância, sua história.
De mais a mais, nada mais provocador – ao menos para mim – que o velho rádio, com seus mitos e os benefícios que provocou para a “educação e progresso do Brasil”, nas palavras do fundador da radiofonia, o grandíssimo brasileiro Roquette Pinto.
O Festival do Arquivo contou este ano com um apoio precioso: o das Rádios MEC e Nacional, as mais tradicionais dentre todas da grande era do rádio, e hoje lideradas por Orlando Guilhon. Vale acrescentar que a semana contou com homenagens comovedoras. De Fernanda Montenegro (que começou carreira na MEC) até Paulo Gracindo, terminando com as gloriosas Cantoras do Rádio – que encerraram o Festival com filme lançado em 2009, além de se apresentarem ao vivo no velho Palácio do Festival. Quem viu jamais se esquecerá dos carinhos prestados aos filhos – somos todos, radialistas e artistas – de Roquette Pinto.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
www.dicionariompb.com.br