Costumo dividir os seminários em duas categorias: os que perfilam temas esperados e os que projetam idéias inovadoras. Há dias, encerrou-se no velho Palácio do Itamaraty no Rio um desses seminários que fazem jorrar luz, ou seja, uma contribuição para melhorar o Brasil como Estado. Aqui, no sentido de cuidar decentemente dos seus cidadãos no exterior.
Celso Amorim e a Fundação Alexandre de Gusmão (com o Embaixador Jerônimo Moscardo à frente) vêm acordando os plácidos cisnes do lago do Itamaraty com uma frenética movimentação de eventos culturais e acadêmicos – as últimas conferências de Hélio Jaguaribe e Cândido Mendes lotaram a casa. Agora, trouxeram ao Rio quase 300 diplomatas e cônsules brasileiros espalhados pelo mundo. E para quê? Para que saibam que a maneira de tratar o cidadão brasileiro no exterior impõe novas exigências de qualidade e de cuidados.
Reconheço que há queixas dos viajantes brasileiros em relação aos nossos consulados. Mas o originalíssimo seminário – que se realizou pela primeira vez na história da Casa do Rio Branco – deve ajustar, finalmente, os ponteiros. E em favor não apenas das facilidades de serviços prestados aos turistas no exterior. Mas, sobretudo, em socorro da diáspora brasileira pelo mundo. Não há coração que não fique apertado ao ver compatriotas nossos perseguidos como cães em certos aeroportos. Ou em países nos quais ainda não são legalizados como imigrantes.
De mais a mais, o xenofobismo fascista que certos países vêm apregoando em relação aos imigrantes golpeia gravemente direitos humanos básicos.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
www.dicionariompb.com.br
Título original: Brasileiros no Exterior