Neste carnaval – cuja semana hoje se abre – há uma estimulante coincidência entre duas tradições da cidade.
Pois não é que o tradicionalíssimo Baile de Gala do Copacabana Palace e a Escola de Samba da Vila Isabel confluem no mesmo tema, a ópera? E também confluem na rainha comum a ambos, a deslumbrante Natália Guimarães, Miss Brasil de referência.
Desde 1924, o Baile do Copa existe. Especialmente a partir de 1993, o inglês mais carioca do Rio, Philip Carruthers, gerente-geral do hotel, elevou a Magic Ball ao raro patamar do mais belo baile de carnaval do mundo. E não sou eu a proclamar essa afirmação. O superlativo, de resto, é testemunhado com fartura por agências turísticas do mundo todo.
A coincidência do tema “ópera” vem a unir o baile – através da decoração elaborada com vigor por Zéka Marques que há anos lhe faz o “decor” – ao Theatro Municipal do Rio, enredo assumido pela Vila graças à coragem do Presidente da Escola, Wilson Moisés. Essa grata conjugação marca um singular suspiro de beleza nos festejos desse ano. Até porque a briosa Escola da Vila Isabel de Martinho e Noel debruça-se sobre um ícone carioca, o teatro agora centenário. O Municipal sempre foi a casa da ópera no Brasil, mas sua bela história também traduz o desenvolvimento do Rio. Um Rio de glamour, de elegância, de charme. E isso o desfile da Vila vai assegurar no seu enredo carioquíssimo. Tanto quanto o Baile do Copa, que irá com certeza reenfatizar sua imbatível sedução mundial. Uma abertura carnavalesca digna da cidade de encantos mil. Que será sempre o nosso Rio de São Sebastião.
Ricardo Cravo Albin
Pres. do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ
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