A Casa de Rio Branco – conduzida por Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães – vem exibindo uma robusta musculatura cultural, além de desenvolver uma ágil política externa.
Ora, se a política externa está indo bem, o Ministério das Relações Exteriores já fez o seu papel, certo? Errado, meu caro leitor. Porque a atuação cultural do Itamaraty anda frenética. A Fundação Alexandre de Gusmão e o Departamento Cultural não param de agilizar conferências, simpósios, palestras. O velho palácio da Rua Marechal Floriano irradia eventos. Os cisnes andam insones, tamanha é a algaravia no edifício senhorial. Palestras de acadêmicos como Cândido Mendes, Hélio Jaguaribe, Ariano Suassuna e Eduardo Portella se alternam com simpósios sobre América do Sul, China e Estados Unidos (agora, nesta semana).
Tudo isso e mais lançamentos de livros. O último? A biografia de Hugo Gouthier, o célebre embaixador que comprou (nos tempos de JK) o Palácio Doria Pamphili, em Roma. A capa – originalíssima – não contém senão a foto do homenageado. Tal audácia de criatividade – sabe-se agora – foi imaginada por Samuel Pinheiro Guimarães. Que, ao lado de Jerônimo Moscardo (Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão) proverá em breve o lançamento de livro que perfila a contemporaneidade da nossa MPB, os últimos 40 anos de consolidação no mundo inteiro, livro com quatro CD’s trazendo as melhores músicas de quatro décadas.
E mais: deverá esse ser o presente do Presidente Lula aos colegas que o visitarem.
Nada mal para se celebrar o produto cultural número um do país, argamassado pelos herdeiros dos negros escravos.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
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