Não, não se trata de uma história qualquer. O título aí acima nomeia uma imponente História com agá maiúsculo. Refiro-me à “História da Literatura”, recém lançada pela Ediouro, hoje uma das maiores editoras do país. Seu autor é poeta consagrado, integrante da Academia Brasileira de Letras e, vê-se agora, polemista de escol, não fosse o bardo Carlos Nejar também jurista e advogado. Pois nosso poeta, tão vário em talentos, espraia em quase 600 páginas de erudição (e boa escrita) a definição do que se entende por literatura, seus escritores e suas culminâncias.
Nejar perfila, soprado pela originalidade, os momentos de êxtase literário. Ou seja, os livros que constituem a configuração da arte do escrever do homem brasileiro.
Desde a carta de Pero Vaz de Caminha até a suspiros de essência, de eloqüência ou de pura simplicidade provocados por autores como Castro Alves, Euclides da Cunha, Érico Veríssimo, Drummond, Cabral ou Bandeira.
A História da Literatura de Nejar – definitiva, originalíssima, além de estimulante e até atrevida – abriga centenas de nomes. Todos interligados pelo fio mágico de uma história de verdade.
Vale registrar – para quem ainda não sabe – que Carlos Nejar é um poeta de reconhecimento universal. Seus livros, traduzidos para línguas diversas (inglês, francês e espanhol), conquistam leitores no mundo todo. E alguns de seus romances estão sendo negociados com cineastas, que os transformarão em filmes de longa metragem.
Nejar acompanha seu conterrâneo Mário Quintana: escreve para leitores que são seus contemporâneos. E não para almas plantadas no passado nevoento.
Ricardo Cravo Albin
Escritor e Jornalista
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