Não é de hoje que se reclama em nossos trópicos dos parcos investimentos em ciência e tecnologia. E isso quando todo mundo sabe que um país que não investe no conhecimento (e na cultura) estará sempre condenado a limpar as botas dos que detêm o saber.
O que me espantou foi saber, ao entrevistar o Prof. Luis Fernandes (no ar amanhã, pela Rede Vida, canal 26 da NET, às 23:20h), que o Brasil deu finalmente o chamado salto de qualidade em busca de se transformar em país de primeiro mundo. Fernandes – que preside a FINEP – informou que nosso país já investe, em termos proporcionais, quase tanto quanto os líderes mundiais.
Ora, isso é uma revolução de estrutura. A FINEP nasceu há exatos 40 anos e teve nessas quatro décadas altos e baixos. Agora, o economista e cientista social Luis Fernandes não anuncia apenas operações epidérmicas para a agência. Ele vai muitíssimo além.
Montada em orçamento gordo de mais de um bilhão de reais, a FINEP diversifica e atira nas mais diversificadas áreas da inovação. Que podem ir desde o projeto originalíssimo de financiar a contratação de doutores e mestres para empresas que estejam trabalhando em novos produtos, até a dotações para astrônomos estudarem a origem dos raios cósmicos.
Aliás, falando em origem, e em inovação, um dos primeiríssimos financiamentos da FINEP, há 40 anos, foi a bela e fecunda aventura do produtor fonográfico Marcos Pereira, que nos deu, em 17 LP’s, o Mapa Musical do Brasil. Agora, quatro décadas depois, a coleção voltará na forma de livro e CD.
Sérgio Resende e Luis Fernandes estão dando nova face ao Brasil acadêmico, finalmente adulto.
Ricardo Cravo Albin
Jornalista e Escritor