A festa do livro – que se inaugurou no Riocentro – conta este ano com uma novidade. E também uma esperança, nessa sempre complicada ação editorial promovida por órgãos públicos.
O fato é que o Itamaraty, a confiável Casa do Barão do Rio Branco, lá comparece pela primeira vez com um belo pavilhão organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão. Vale esclarecer: a fundação que porta o nome de um dos fixadores das fronteiras brasileiras está sendo reativada pelo Embaixador Jerônimo Moscardo, que vem empreendendo uma série de edições em livros e DVD’s, além de cursos e seminários internacionais.
Jerônimo, ex-Ministro da Cultura e representante do Brasil em inúmeros postos-chaves da diplomacia brasileira, conseguiu revitalizar o velho Palácio do Itamaraty no Rio. Até os cisnes do lago do austero palácio deverão ter estremecido com a vida cultural que o embaixador levou até lá, incluindo uma tocante homenagem ao diplomata (cassado) Vinícius de Moraes, nosso poeta de sempre, além de palestras (a que acorreram 800 pessoas) com personalidades as mais diversificadas como Ariano Suassuna, Eduardo Portella e tantos outros.
Pois bem: o estande da Fundação Alexandre de Gusmão, além de muito bem projetado, não só exibe a fartura das suas edições sobre política externa. Mostra em telão os fazeres e haveres brasileiros, incluindo a estupenda Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, de Francis Hime, gravada ao vivo no Municipal e agora acoplada pelo Itamaraty ao livro “Tons e Sons do Rio de Janeiro”. Expressamente para enviar às embaixadas do Brasil pelo mundo. Louvando o nosso Rio tão densamente musical e sedutor.
Ricardo Cravo Albin
Jornalista e Escritor