Não, não se trata de ato ecológico politicamente incorreto. Os golfinhos a que o título aí acima se refere são de ouro e nadam nas águas transparentes da cultura. São as premiações estaduais que o Conselho de Cultura escolherá depois de amanhã, quarta-feira. Vale registrar que os Golfinhos de Ouro são acompanhados pelos troféus Estácio de Sá, estes destinados às pessoas jurídicas. Eu tenho o orgulho de ser muitíssimo íntimo dessas premiações, até porque as sugeri em 1967 ao então Governador Negrão de Lima, quando me dedicava a organizar e tornar conhecido o Museu da Imagem e do Som, que ninguém ainda sabia o que era e para que servia. Pois bem: nos anos iniciais de sua existência, nós, os conselheiros do MIS – escolhemos a fina flor da cultura para premiar, como Glauber Rocha, Oscar Niemeyer, Antônio Callado, Chico Buarque, Volpi, entre outros dos mais de 200 nomes escolhidos nesses trinta e nove anos de seleção. Seleção? Sim, porque cabe ao mais alto colegiado cultural do Rio selecionar os vencedores. Este ano irão à análise nomes como Marília Pêra, Carmem Costa ou Eduardo Portella. Isso para citar apenas três candidatos dos 25 a serem distinguidos com os Golfinhos (onze categorias) ou os Estácios de Sá (também onze). Três outros , que completam os 25 premiados, recebem o pomposo título Prêmio Governador do Estado. Em resumo, o fato de o Governo do Estado do Rio,através da Secretaria de Cultura, propulsionar nomes de referência e que valem a pena ser realçados faz um diferencial nesses tempos turvos, mas de esperança, em que todos mergulhamos. Até porque apontar os cidadãos e as instituições exemplares sempre ajudam a purificar a todos. E a levantar nossa auto-estima, por vezes tão combalida.
Ricardo Cravo Albin
www.dicionariompb.com.br