Prefeitura do Rio de Janeiro publicou decreto nesta sexta-feira
POR ROBERTA AMAZONAS
06/02/2015 12:22
O Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IPRH), a partir de agora, reconhece as marchinhas de carnaval como patrimônio da cidade. Manifestação tipicamente carioca, o gênero musical se popularizou por todo o país, contribuiu para o legado de diversos artistas e ajuda na construção da identidade do Rio de Janeiro, que já conta com 56 bens imateriais chancelados.
Bossa Nova, escolas de samba, obras literárias e blocos carnavalescos, entre outros, integram a lista. O Cordão da Bola Preta é um dos grupos cujo hino foi reconhecido.
– Esta iniciativa está de parabéns, as marchinhas são a cara da cidade, esse reconhecimento significa muito. O hino do Bola Preta foi composto em 1934 e gravado pela primeira vez em 1959. Ele transcende o carnaval e é executado em estádios de futebol, aniversários, festas de casamento e por aí vai. Tornar esse hino em patrimônio imaterial é muito valoroso e nos orgulha muito – comenta Pedro Ernesto Marinho, presidente do bloco.
Sucesso garantido em qualquer desfile, “Cabeleira do Zezé”, composta há 51 anos, é uma das marchinhas compostas por João Roberto Kelly. O compositor afirma que o reconhecimento é justo e que as marchinhas representam o carnaval democrático.
– Eu tenho muitas marchinhas e elas são marchas que eu fiz observando a vida. São sátiras, brincadeiras que eu fiz sem pretensões de que elas fossem o que realmente acabaram sendo. A marchinha é o carnaval democrático, é o ritmo mais gostoso que tem para isso. A maior alegria que eu tenho como compositor é ver essas marchinhas passarem de geração em geração.
Questionado sobre qual seria sua composição preferida, João Roberto Kelly optou por não escolher uma.
– É difícil um pai dizer qual dos filhos é o preferido – brinca.
Fonte: O GLOBO ONLINE