Recentemente conduzi uma equipe da tevê francesa a conhecer lugares de referência do Rio. O primeiro foi o Cassino da Urca, até hoje fechado. O segundo – o que mais escandalizou os franceses – o Canecão, a mais célebre casa de shows do Rio, fechado há apenas um ano.Ora, perguntou a equipe, como é que se explica que uma casa desse porte, toda montada, com investimentos que custaram milhões de dólares aos antigos donos (cozinhas, camarins, palcos, cenários, etc.) esteja desativada às vésperas de eventos internacionais? Exatamente por isso – e a pedido de artistas de todas as áreas – estamos em mais uma campanha pública. Que possa recuperar para os grandes eventos da cidade o espaço valiosíssimo que abriga mais 2.500 pessoas em pleno coração de Botafogo. A novidade que vai permitir uma solução correta e ágil: os Priolli (titulares, inclusive, da famosíssima marca) estariam dispostos a “torrar” seus antigos bens por um quarto do preço. A solução parece financeiramente simples: com o apoio da UFRJ, cuja nova reitoria parece estar mesmo decidida a enfrentar a questão, o Estado, ou a Prefeitura, não só pediriam a UFRJ o uso do Canecão até às Olimpíadas, mas negociariam com o antigo dono. E lhe pagariam o devido, ou repassariam, melhor ainda, para empresários escolhidos por eles a dedo. E
por que? Simplesmente porque parados os equipamentos acabavam virando sucata, na rolança do tempo. Ou seja: basta Prefeito e Governador do Rio negociarem que o Canecão volta a reluzir. Agora sob a administração segura dos nossos próprios governantes. Nada mal, não?
Ricardo Cravo Albin