A semana que passou ficou marcada – ao menos em minha memória (tão particular,reconheço,reconheço…) – por duas mulheres. Uma, a presidente do Brasil Dilma em visita piedosa (e mais do que necessária) aos trágicos eventos da serra fluminense.
Outra, a cantora internacional Amy Winehouse em desastrosa exibição no Rio.
A diferença entre o comportamento de ambas, em eventos que mobilizaram as páginas da imprensa, impressiona, qualifica, deixa a nu as personalidades das duas.
Aliás, em relação à Amy, figurinha polêmica e sem credibilidade pública por uso descontrolado de drogas, não houve qualquer novidade. Esperava-se, ou melhor, especulava-se, que ela poderia aparecer em cena fora dos parâmetros normais. Mas a forma desrespeitosa e indecorosa de sua apresentação para cerca de 12 pessoas foi acima dos limites do senso comum à dignidade sacralizada do palco. De qualquer palco… Anotei também – e com certa incredulidade – o fato de outros artistas cá no Brasil terem declarado ser simpáticos, quando não até arrebatados, pela manifestação de grosseria explícita, simplesmente porque provocada por drogas – e não me deteria jamais em defini-las. Droga é droga e ponto final.
Ao comportamento vil da inglesa opõe-se a dignidade de Dilma.
Afinal, eu observo que foi a primeira manifestação pública da Presidente, exatamente a provocada pela grande tragédia do ano – que ela fez depois de se empossar, há menos de duas semanas.
Lúcida, digna, austera na medida certa e sem arroubos demagógicos, esgrimindo providências corretas ( e não arrotando abobrinhas nulas), Dilma deu um primeiro passo. Certo e seguro.Muitos não esperavam tanto e ficaram agradavelmente surpresos.
Além de consolados…
Ricardo Cravo Albin
Jornalista e escritor
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