Muitos dos leitores podem não saber o que seja a sigla aí do título. Também eu não sou muito chegado aos diminutivos, por vezes canhestros e até quase obscenos.
Mas o CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – dedica-se a orientar/julgar a publicidade brasileira. Que é arte sim, hoje objeto de orgulho, tanto pelos nossos prêmios em congressos internacionais (importantíssimos, muitos dos quais quase de igual monumentalidade que os do cinema), quanto pela qualidade dos comerciais.
Antigamente, eram os “jingles” ou vinhetas musicais – saudosíssimos, ao menos para mim, que os exumei em muitos dos shows que escrevi. Hoje, os comerciais vão desde anúncios em revistas/jornais até às televisões/cinemas.
Mas, para que finalidade existe o CONAR, se aparentemente o mundo da publicidade vai bem? Para que – diferentemente do que por vezes propõe o governo federal, que quer controlar rádios e tevês – os protagonistas da propaganda e o próprio público possam ter um fórum de debates e de … julgamentos criteriosos.
Escrevo sobre isso porque – quando representei os autores de rádio, tevê e música – na luta incessante contra a censura de 1979 a 1989, assisti aos esbirros da ditadura tentarem também contra à publicidade. E – exatamente para evitar a intervenção governamental – os publicitários criaram o CONAR. Nele estou há 30 anos e em suas reuniões mensais (na briosa 3ª Câmara, presidida por Armando Strozenberg) testemunhei o alinhamento de três virtudes essenciais: bom senso, justiça e liberdade de opinião.
Portanto, o CONAR presta um serviço de primeira, atendendo a sugestões do público consumidor e dirimindo divergências entre agências de publicidade.
Ricardo Cravo Albin
Jornalista e escritor
www.institutocravoalbin.com.br