“Uma torre de babel intelectual”. Assim, o cônsul da França, Jean Claude Moyret, definiu bem o coquetel realizado em homenagem a ele na sede do Instituto Cultural Cravo Albin, na última quarta-feira. “Foi uma noite interessante de troca de ideias entre intelectuais e letrados de diversas áreas”, definiu. Nomes conhecidos, como Ziraldo, Vera Tostes (MHN-RJ), o embaixador Jerônimo Moscardo, João Candido Portinari, Luís Edmundo Costa Leite, Luiz Paulo Horta, Angelique Chartouny e Alicinha Silveira prestigiaram o novo cônsul e reforçaram a importância de estreitar as relações entre as instituições culturais dos dois países.
Apesar do cenário perfeito combinado com a magia de uma noite tropical em pleno inverno, nas palavras do cônsul, ver Lalá Delleur cantando foi o descobrimento da noite. Maria Lúcia Delleur interpretou canções de Chico Buarque em francês traduzidas pela musicista Ileana Carneiro, e contou com a participação de Cristina Bhering, sambista e maestra, como tecladista. A ideia para o projeto de traduções da poética com rima e métrica de Chico é da própria Ileana e nasceu como uma brincadeira ao som de “Vem meu menino vadio, vem”, que cantarolou para a foto de um francês, amor do passado. Todas as canções foram aprovadas com louvor por Chico e pelos franceses, que estão encantados com a beleza da poesia do cantor. Tanto sucesso e admiração renderam o convite para cantar no 14 de julho, data da queda da Bastilha, feriado francês.
“A música, para o Brasil, é muito especial, representa a unidade e o espírito nacional do país, além de ser a área da cultura brasileira mais conhecida pelos franceses”, afirmou o cônsul, que revelou ter como desejo pessoal promover eventos no Brasil para o grande público. Por essas e demais razões, a homenagem prestada teve direito ao repertório francês e ao acarajé baiano, bem brasileirinho.