Não, não será apenas a celebração em 2008 da chegada de D. João VI ao Rio o evento que poderá esgotar o ciclo dos duzentos anos. Pois neste 2009, uma outra celebração bicentenária está agora chegando, a da Associação Comercial do Rio. Pois é, o mesmo estadista que propulsionou o Brasil para a independência lavrou a carta régia criando a ACRJ. Depois de transferir a sede do Reino de Portugal para o Rio de Janeiro, o Príncipe Regente criou a Praça do Comércio, núcleo formador da hoje mais antiga instituição civil do Brasil. A briosa Associação, que singrou dois centenários turbulentos e irregulares, desde cedo se postaria a reboque das idéias revolucionárias do Barão de Mauá. Que anteviu um Brasil menos acanhado e mais contemporâneo, abrindo, ainda no Segundo Império, o viés desenvolvimentista no Brasil. Não à toa, Mauá é o patrono da Associação Comercial, impregnando-a hoje, presidida que é por Olavo Monteiro de Carvalho, das bandeiras liberais. Causas justas, como a revitalização do Rio, a luta contra pirataria e burocracia, são essenciais para o encontro com um Brasil moderno, mais ágil, mais eficiente.
Semana passada, o Conselho Superior da ACRJ, presidido por Humberto Motta, instalou o Comitê que vai cuidar das celebrações dos seus duzentos anos. Humberto – ao lado de Olavo – apresentou o empresário Lázaro Brandão como Presidente de honra dessa comissão que cuidará das festas. Um aniversário de peso, de essência, de revitalização. Que deverá ser celebrado pelos governos federal, estadual e municipal. A não ser que este país não tenha mesmo juízo…
Ricardo Cravo Albin
Pres. do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ
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